terça-feira, 5 de abril de 2011

Da arte manual ao 3D

A evolução dos desenhos animados no cinema

Por Karina Goto

Os efeitos da animação têm origem nos tempos longínquos da Idade da Pedra. Pinturas rupestres em certas posições tinham a finalidade de capturar movimentos. Por apresentarem caráter narrativo, tais imagens são consideradas o princípio do cinema.

“Humorous phases of funny faces” é considerado o início dos desenhos animados e foi criado em 1906 pelo produtor inglês James Stuart Blackton. Constitui-se de um curta-metragem com a utilização das técnicas básica do stop-motion e que causou um estímulo à criação de filmes da mesma vertente. Blackton é conhecido como o primeiro realizador bem sucedido de animações.



Em 1908, surge o primeiro desenho produzido atráves de um projetor moderno e totalmente em animação, “Fastasmagorie”, do francês Émile Cohl. A parceria entre esse diretor e Winsor McCay, cartunista americano, deu origem a adaptações de seus quadrinhos “Little Nemo in Slumberland”, em 1911, e “Gertie, the dinosaur”, em 1914.


Disney

Nos meados da década de 1910 ocorreu o surgimento dos estúdios de animação, que produziam filmes de maneira eficiente e de custo mais baixo. Surgiu, em 1914, uma nova ferramenta para a animação: o desenho sobre folhas de acetato.

O primeiro personagem de desenho animado apareceu em 1919: o “Gato Felix”, criado por Pat Sullivan e Otto Messmer. O principal representante da Disney, Mickey Mouse, aparece no curta “Steamboat Willie”, de 1928, primeiro animação sonorizada. Betty Boop, criada por Max Fleisher na década de 1930 introduz a personagem feminina nos desenhos animados.


Técnica de três cores

“Flores e árvores”, de 1932, da Disney, inaugurou a técnica de três cores (azul, verde e vermelho) em Technicolor que tornava possível a criação de desenhos coloridos e recebeu o primeiro Oscar de melhor desenho animado. Já em 1937, ocorre a estreia de “Branca de Neve e os sete anões”, o primeiro longa-metragem de animação, com oitenta e três minutos e que se tornou uma referência no quesito de composição do filme animado.

A dupla de gato e rato que se perseguem incansavelmente, “Tom e Jerry”, foi criada por Willian Hanna e Joseph Barbera no ano de 1940. Era a atração mais famosa do Estúdio MGM. Em 1941, Pernalonga, personagem da Warner Bros, ascendeu à fama.

“A Dama e o Vagabundo”, em meados da década de 1950, foi o primeiro longa-metragem de animação a fazer o uso do cinemascope, sistema de tela larga. Outras produções do estúdio Disney são “A Bela Adormecida” (1959), “Mogli - o menino lobo” (1967) e os “Aristogatas” (1970).

Computadores digitais são inventados na década de 1960. Devido a isso, manifestaram-se avanços na computação gráfica nos anos 70 com o uso de técnicas 2D e 3D, principalmente nos Estados Unidos.

A Pixar Animation Studio foi criada nos anos 80 como uma divisão da Lucasfilm. Já em 1986, Steve Jobs (cofundador da Apple), comprou o estúdio e lançou “Luxo Jr.”, sendo o primeiro curta produzido inteiramente em computador a fazer sucesso.  “Tin Toy”, de 1988, outro produto do estúdio, foi o primeiro filme animado por computador a ganhar um Oscar de melhor curta animado. O desenho serviu de inspiração para “Toy Story”.



Os Clássicos Retornam

"Uma Cilada para Roger Rabbit"


Clássicos da Disney voltam na década de 80 com “O cão e a raposa”(1981) e “A pequena sereia” (1989). Em 1988, com uma parceria entre o estúdio e Steven Spielberg, estreou “Uma cilada para Roger Rabbit”, com a atuação de personagens reais e virtuais. A computação gráfica esteve presente nos filmes dos anos 90, como “A Bela e a Fera” (1991) e “Aladdin” (1992).

Estréia “O estranho mundo de Jack”, de 1993, primeiro longa de animação stop-motion, dirigido por Henry Selick e produzido por Tim Burton.

Em 1991, a Pixar assinou um contrato com a Disney e no ano de 1995 lançaram “Toy Story”, o primeiro longa-metragem inteiramente feito em computação gráfica e em 3D. Em seguida vieram: “Vida de inseto” (1998), “Toy Story 2” (1999), “Monstros S/A” (2001), “Procurando Nemo” (2003), “Os Incríveis” (2004), “Carros” (2006), “Ratatouille” (2007), “WALL-E” (2008), “Up – Altas Aventuras” (2009) e “Toy Story 3” (2010).

Já a Dreaworks Animation lança os filmes computadorizados: "FormiguinhaZ" (1998), "Shrek" (2001), "Shrek 2" (2004), "O Espanta Tubarões" (2004), "Madagascar” (2005), "Os Sem-Floresta" (2006), "Por água abaixo" (2006), "Shrek Terceiro" (2007), "Bee Movie - A história de uma Abelha" (2007), "Kung Fu Panda" (2008), "Madagascar 2" (2008), "Monstros vs. Aliens" (2009), "Como treinar seu dragão" (2010), "Shrek para sempre" (2010) e "Megamente" (2010).
Shrek

Nos anos 2000 é criada uma nova categoria para o Oscar: longas-metragens animados digitalmente. O primeiro vencedor é “Shrek”, em 2001. Nesse mesmo ano é concebido “Final Fantasy”, os atores reais dão lugar aos personagens animados.

Já a companhia Blue Sky, filiada a 20th Century Fox, produziu: “A era do gelo” (2002), “Robôs” (2005), “A era do gelo 2” (2006), “Horton e o mundo dos quem” (2008) e “A era do gelo 3” (2009).

A tendência dos filmes atuais é a plena ou quase total utilização da computação gráfica e seus inúmeros recursos, com o abandono gradual do 2D e de técnicas tradicionais. As expressões faciais dos personagens tendem a ser cada vez mais realistas e as animações estão mais elaboradas artisticamente e criativamente. Os filmes animados agora ocupam um lugar de destaque em um gênero que está em crescente expansão e dinamismo.



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